domingo, 20 de novembro de 2011

MATÉRIA  1
MAIS DE 2000 PROCESSOS DE RETIFICAÇÃO DO REGISTRO CIVIL CORREM EM FEIRA DE SANTA ANA
     


       Nesta semana, foi divulgada esta notícia. São exatamente 2.155 processos que correm no Fórum Desembargador Filinto Bastos para tratar de retificações diversas em Registros Civis de Nascimento. Existem casos relativamente simples, como retificação de grafia, e casos graves, como troca do sexo, datas erradas, omissão ou erro de posnomes etc.
       A causa de tais erros é a falta de atenção e o despreparo por parte do oficial do Registro Civil e seus subalternos, mas também podemos dizer a mesma coisa em relação ao declarante. Sabemos que o oficial do Registro Civil e seus auxiliares são despreparados no tocante ao assunto quanto os cidadãos em geral.
      Se aos cidadãos falta a noção mínima da importância do Registro Civil e dos antropônimos, o mesmo acontece com quem trabalha nos cartórios. No entanto, é óbvio que a responsabilidade legal do oficial do Registro Civil é muito maior neste particular que a responsabilidade do cidadão comum.
     Temos contado a muita gente o caso de meu irmão Arquimedes Carneiro de Oliveira, o qual, ao completar 65 anos, ficou sabendo, por meio dos funcionários do INSS que segundo seu Registro Civil, ele era uma mulher. Observe-se que ele somente ficou sabendo disto ao cuidar dos papéis para a aposentadoria. Ele é uma das pessoas que nunca deu nenhuma importância à Antroponímia e a documentos. Foi vítima da própria ignorancia, como ocorre com muita gente neste país.
     Aproveito a oportunidade para lembrar que somente a Sistematização da Antroponímia solucionará estes tipos de problema. Por isto, cito alguns de seus elementos importantes:
     * Gênero: Na realidade, não existe "Nome comum-de-dois". Isto é uma regra universal. Cada nome individual é criado para um determinado sexo. Na Lìngua Por tuguesa, a definiçao do gênero se realiza através da terminação, do uso e da significação. No exemplo citado, a terminação -EDES, é do sexo masculino.Outros exemplos da questão do gênero: São femininos os seguintes nomes: Alcíone, Euterpe, Térpsicore, Dagmara, Tamara, Cíbele, Erótide, Pérside e Dâmares. São Nomes masculinos: Silas, Eliã, Magdiel, Dagmar, Jurandir e Juraci. 
     * Grafia e forma: É muito importante procurar-se a forma correta de cada antropônimo, juntamente com a grafia correspondente.No antropônimo "Casimiro", a forma faz oposição à forma errônea Casemiro, e a grafia correta é com S, e não com Z.
     * Função: Os antropônimos variam de função. Suas funções são três: Nome (ou nome individual), posnome (comumente chamado "sobrenome") e apelido. Quando se vai planejar a signatura de uma criança, ou se vai planejar nosso próprio nome artistico ou até um seudônimo, é preciso ter tudo isso em consideração
     * Finalmente, o príncipio da hereditariedade dos posnomes, para formar o nome de família.Cada registrando deve possuir no mínimo um posnome do pai e um da mãe.Neste ponto não posso esquecer de dizer que a mulher, ao se casar, não deve, em hipótese alguma, adotar um posnome do marido. Esta prática é pessima para a Sistematização da Antroponímia

MATERIA 2


 CONGRESSO DE RADIALISTAS

       Ocorreu no último periodo intersemanal, o Primeiro Encontro da FENART (FEderação Nacional de Trabalhadores em Rádio e Televisão) do Interior. Pena que foi muito resumido. Vieram pessoas até do Amazonas. O coordenador dos trabalhos, senhor Hugo Silveira, é uma figura interessante, por sua cultura geral e por sua personalidade . No sábado à noite, ocorreu a abertura, no Parque do Saber, seguida de um coquetel.Não posso esquecer de citar
que uma parte da platéia foi ver a "Formação do Universo" naquele estabelecimento
     No domingo pela manhã, ouvimos  o extraordinário professor Erledes Elias da Silveira, com o tema:"Períodos Históricos que marcaram o Movimento Sindical no Brasil" . Na segunda-feira pela manhã, outra exposição maravilhosa: A importância da voz para o radialista, por Dr Ivan Alexandre. Na oportunidade foi distribuído um prospecto da FONOCLIN, com algumas recomendações quanto ao cuidado com a voz.
Dr Ivan é um verdadeiro artista da voz.
      Aproveito a oportunidade para lembrar aos colegas radialistas que, além da boa dicção, é preciso saber ler: ler com pontuação correta, naturalidade, entonação adequada etc. O radialista precisa cultivar o hábito da leitura , como também enriquecer seu vocabulário.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

MATÉRIA  1
     SÉRIE "É IMPORTANTE ESTUDAR OS NOMES PRÓPRIOS" --  N°  8 --
        ALGUNS  NOMES PRÓPRIOS DA BÍBLIA
      
       Estamos em plena campanha pelo Registro Civil de Nascimento.  Como já falei deste assunto, há alguns dias, desta vez vou tratar dos nomes próprios constantes em Romanos 16. É uma das passagens da Bíblia que mais tem antropônimos e  infelizmente aparecem diversos erros neles na maioria das edições. De modo geral são nomes greco-latinos, comuns naquela época da História. Alguns deles são muito comuns ,fato que não omite a presença de erros. Vejamos alguns exemplos:
       * No versículo 3 aparece  o Nome Priscila. Apesar de ser um Nome muito comum , muita gente ainda o escreve com L geminado, e o que é pior -- com Y. Em outras passagens da Bíblia esta mesma pessoa é chamada Prisca, mas com base na própria sociedade daquela época, está comprovado que o seu nome realmente é Priscila.
       * No versículo 7, aparecem duas pessoas: Andronico  e Júnias. Quanto a Andronico, a maioria das traduções traz Andrônico. Pela etimologia ,é fácil constatar-se o equívoco: Existem vários Nomes gregos terminados em -nico, que indica "vitória" ou "vencedor". Tais Nomes são paroxítonos.
       Quanto a Júnias, ainda existe uma dúvida: JÙNIAS - masculino, ou JÚNIA- feminino?. Por incível que pareça, os onomásticos e tradutores da Bíblia muitas vezes demonstram desconhecer elementos básicos da Morfologia Latina. A terminação -AS é de Nomes masculinos, e a terminação -A é de Nomes femininos. Segundo os originais, ainda é díficil saber-se a  verdade quanto a este antropônimo.
      * No versículo 8, aparece o Nome masculino Ampliato, o qual em algumas versões aparece Amplias, e em outras Âmplias. Pelo que já pesquisei, trata-se do Latim Ampliatus,-i, que quer dizer ampliado , desenvolvido. Quando eu tiver oportunidade, farei uma pesquisa ao original latino para verificar o motivo das variantes que aparecem.
     * No versículo 9, aparece Estáquis, parônimo de Eustáquio. Muitas vezes as pessoas confunde,m coisas mínimas dos nomes próprios, simplesmente porque não estudam Antroponímia, e nem mesmo Gramática Portuguesa. Existe outro parônimo deste Nome: Estácio
     * No versículo 10, aparece o Nome Aristobulo, que sempre aparece com a forma errônea Aristóbulo. Qualquer dicionário de antropônimos deixa clara esta explicação.
     * No versículo 11, aparecem Herodiom - na maioria das traduções "Herodião".Embora a terminação portuguesa -ÃO seja muito comum, a Sistematização da Antroponímia indica os casos nos quais deve se conservar a terminação estrangeira -OM. Um de nossos onomásticos chega a dizer que toda terminação estrangeira -OM deve passar a -ÃO. Isto não é verdade. Em meu livro "Sistematização  da Antroponímia" dedico uma página inteira ao assunto: "-ÃO ou -OM"?
     * No versículo 12, aparece uma mulher  chamada Pérside. Em muitas traduções aparece erros também neste caso: Pérsis e Pérsida
     * No versíclo 14, aparecem 5 homens: Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas e Hermas. Observe-se que em Flegonte também aparece uma forma errônea: Flegon (ou Flêgon). Hermes e Hermas são cognatos . Nosso vocabulário possui palavras da mesma origem como "hermético" e " hermetismo".
     * No versículo 15, aparecem 5 pessoas, sendo que não aparece o Nome da irmã de Nereu. Algumas coisas deste versículo merecem ser comentadas: Filólogo -- deixa evidente que os nomes próprios são nomes comuns com função individualizadora. Nereu é um Nome mitológico. "Júlia" é um Nome muito comum, mas de significação controvertida. Quanto a Olimpas, aparecem outras formas Olímpias, Olimpía (feminino) e ultimamente encontrei até "Olímpio", totalmente descabida. É interessante observar que encontrei numa tradução o seguinte:"(....) Nereu e a sua irmã Olímpia". Observe-se que nesse caso aparece um problema sério de tradução da Bíblia. Problema de pontuação e a conseqüente diferença de conteúdo.
    * No versículo 21, aparecem novamente 4 pessoas: Timóteo, Lúcio, Jasom e Sosípatro. Observações:
"Timóteo" é Nome legítimo e não posnome. As vezes encontramos a forma antiquada "Jasão". Atualmente encontrei pessoas chamadas "Jaçon", ou "Jassom". Pela etimologia, poder-se-ia aceitar "Jassom", mas nunca "Jaçon". 
     * No versículo 23, aparece 3 pessoas: Gaio, Erasto e Quarto. O correto mesmo é Gaio e não Caio. Erasto é cognato de Erasmo, do verbo  grego "erástein, amar". "Quarto" relembra o método dos romanos de nomearem os filhos pela ordem  cronológica do nascimento.
      * Quanto a outros tipos de nomes próprios vale salientar "Cencréia", topônimo no versículo 1. Nas traduções católicas sempre aparece a forma equivocada "Cêncris".

 MATÈRIA 2
                                   "Vereador Analfabeto"
       Fiquei boquiaberto ao ouvir num programa radiofônico, por duas vezes, um vereador feirense com um cargo importante na Câmara, cometendo erros tão absurdos de linguagem nunca ouvidos por mim em outras pessoas. Um exemplo: a terminação -ANÇA é pronunciada por ele /ÂNCIA/, mas de uma maneira confusa, como  que procurando omitir o I. Esse vereador não tem a mínima condição de falar em público. O caso dele merece um estudo especial. Não consigo entender como é que um brasilês nato, feirense, fala daqela maneira. Ele não tem noção de como funciona nossa Língua: questões de gênero, número (por exemplo "cidadões"), concordância verbal, concordância nominal, regência verbal, etc.
     Eu tenho impressão de que um vereador daquele tipo deve também ser muito fraco nos demais assuntos da vida, porque começamos a aprender a Linguagem desde a tenra idade, ouvindo os outros e lendo. Ora, com o tipo de erro que ele pratica em Linguagem, certamente ele não tem o hábito de aprender com as pessoas nem com os livros ou outros impressos.
    Eu tenho uma proposta a fazer aos legisladores federais: incluir na Constituição a especificação do nível intelectual, ou escolaridade que deve ser exigida dos vereadores. Quando comentei num programa radiofônico o espalhafatoso caso de Tiririca, eu disse claramente que de um legislador não se deve exigir apenas honestidade, mas também competência. Para uma pessoa legislar é preciso ler bem, falar em público, pesquisar, ampliar e reduzir as pesquisas e tirar as devidas conclusões. Finalmente redigir.
   Afinal, eu pergunto: Como pode um vereador semi analfabeto, ou analfabeto funcional fazer tudo isto?.    Com a palavra, nossos deputados federais.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O DIA DE FINADOS

     O Dia de Finados continua sendo muito comentado. Ouvi uma reportagem do programa "Subaé em Revista", na qual falaram um antropólogo e um sicólogo. Telefonei solicitando fazer um rápido comentário, com uma visão um pouco diferente, mas o atendente me declarou quê aquele programa não permite quê ouvintes falem "no ar". Apenas podiam deixar seu pensamento anotado, para depois ser lido pelos apresentadores. Baseado em minha experiência no radialismo, não aceitei.
     O antropólogo frisou sobre as diversas "culturas" e sobre a lenta evolução do pensamento de nossa sociedade sobre o assunto, partindo de um nível muito maior de entrosamento entre os diversos povos, como efeito do desenvolvimento tecnológico.
     O sicólogo falou sobre o maior ou menor choque por parte dos entes queridos diante de um falecimento, sobre a duração máxima admissível do luto -- um ano -- fato quê considero uma falta muito grande de maturidade, de visão correta da vida.
     Falou também sobre a influência das doutrinas religiosas: o conceito de ressurreição, de reencarnação e outros quê ocorrem nas religiões orientais. Sei também quê sociedades primitivas, como muitas existentes na Austrália, na Ásia e até entre nós (tribos indígenas quê até agora não entraram em contato conosco) mantêm tabus sobre a morte. Exemplo: Quando uma pessoa falece, seu Nome passa muito tempo sem ser pronunciado ou sem ser adotado em alguém da tribo. Também existem tradições típicas entre eles quanto ao comportamento em relação ao cadáver.
     No entanto, discordei dos expositores porquê nenhum deles criticou a falta de formação das pessoas quanto à morte, como também não criticaram a chamada "indústria da morte" -- um verdadeiro absurdo capitalista. Sabe-se quê atualmente é mais fácil morrer quê nascer, mas isto não deve continuar a acontecer. Acho quê o Governo deve interferir nesta área, baixando normas para simplificar os comportamentos funerários, e conseqüentemente, evitando sérias dificuldades das pessoas de menor poder aquisitivo. Também tais providências colaborarão para quê as pessoas reflitam sobre a nulidade de tanta preocupação com o cadáver.
     Enfatizo quê o importante é o espírito, não o corpo. As providências quanto ao corpo devem ter o objetivo de preservar a saúde pública e dificultar a ação de criminosos. Explico melhor: através do exame cadavérico, atestado médico quanto à morte ("atestado de óbito") e outras providências, a lei faz com o quê se descubra a diferença entre mortes naturais, acidentais e assassinios.
A sociedade deve passar a refletir o seguinte:
* A morte deve ser considerada um fenômeno totalmente natural, ao lado da vida. Como consequência, as pessoas devem preparar seu espírito para ela.
* Obviamente, admite-se um sentimento maior diante de mortes prematuras, violentas, criminosas. No entanto todos devem preparar sua sique para em pouco tempo recuperar-se para a rotina da vida, pois de um jeito ou de outro todos são substituíveis.
*A morte é um fenômeno imprescindível, sob vários aspectos. Quê seria da Humanidade se as pessoas não morressem ou se vivessem 300, 400 ou 500 anos? Por acaso a Terra já não estaria superlotada há muito tempo?. Só haveria um jeito: cada pessoa não se reproduzir, fato quê vai de encontro à necessidade síquica da maioria das pessoas -- a gratificante experiência de ter um filho.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

materias

M A T É R I A  1
                   SÉRIE "FALA E ESCREVE CORRETAMENTE" N° 9:
  1.         OS ESTRANGEIRISMOS: UM GRANDE MAL NA LINGUAGEM  
       Infelizmente, nossa sociedade perdeu a noção da diferença entre a Língua Materna e as demais Línguas. Nos tempos passados, como por exemplo nas grandes obras literárias de Machado de Assis, José de Alencar e de Castro Alves, quando alguém empregava um estrangeirismo, o fazia com consciência e conveniência. Graficamente, ele aparecia entre aspas e mais frequentemente em negrito, deixando evidente tratar-se de uma palavra ou expressão estrangeira. Atualmente, perdeu-se a noção de tudo em matéria de Linguagem, inclusivamente a compreensão de que se deve distinguir claramente aquilo que é de nossa Língua daquilo que é de outras Línguas.
       Neste assunto, tenho que adiantar logo a questão dos hibridismos, um tipo de formação de palavras totalmente injustificável, por ser ilógico e inconveniente. Digo ilógico porque não se pode falar duas Línguas ao mesmo tempo, na mesma palavra ou expressão. Digo inconveniente porque além de ferir a lógica constantemente tem uma combinação fonética dissonante entre um elemento e outro do vocábulo. É o caso daquilo a que os gramáticos costumam chamar "hibridismo indigesto", ou formação bárbara.Um exemplo é "sambódromo".Trata-se de um hibridismo formado por uma língua africana e pelo grego.Em segundo lugar, o elemento "drómos" não significa "lugar" como muita gente pensa, mas "lugar de corrida"
ou menos adequadamente apenas "corrida'.
       Quanto aos estrangeirismos em geral, incluindo os onomásticos (principalmente antroponímicos e toponímicos), eles causam constantes e inúmeros problemas na dicção e na escrita. Com a falta de cultura e com a falta de hábito da leitura de muita gente, o problema se intensifica. No caso dos antropônimos, por exemplo, em muitos casos o portador do antropônimo em forma estrangeira precisa de repeti-lo, proferindo letra por letra, sem contar com o fato de que boa parte de nossos brasileses não sabe pronunciar os antropônimos estrangeiros constantes em sua signatura