DISCURSO DE POSSE DO PROFESSOR RODRIGUES SILVA COMO MEMBRO
CORRESPONDENTE DA ACADEMIA JACOBINENSE DE LETRAS, EM 28 DE JULHO DE 2012, NO
CENTRO CULTURAL PROFESSOR EDMUNDO-ISIDORO DOS SANTOS:
Mui Digno presidente da Academia Jacobinense de Letras, Ilma.
Sra. Eliã-Siméia Martins dos Santos Amorim, secretária desta Entidade,
Digníssimos Senhores Acadêmicos, Autoridades presentes ou representadas,
prezados convidados e distinta platéia,
filho fugidio
desta amena e simpática Terra, tendo-lhe começado a dirigir a atenção após
muitas vicissitudes da vida, estou imensamente gratificado em atingir este
patamar, aguardado desde o desabrochamento do corrente ano.
Com muito pesar,
não me acompanham neste comovente momento meus filhos – Primonata, Milca e Sóstenes -- nem meus irmãos Arquimedes e Arnaldo
Carneiro. Sou imensamente grato a todos quantos vieram prestigiar este momento
marcante em minha vida em relação a esta cidade. Estendo meus agradecimentos àqueles
que vieram para prestigiar a Professora Vera Jacobina, cujo topônimo-posnome
homenageia esta cidade, oriunda da “Villa de Santo Antonio de Jacobina”, criada
em 05/agosto/1.720 e transformada em cidade em 28/julho/1.880. “Terra dos
Índios Paiaiás” (sic), cujo ouro foi descoberto no fim do século 17,
motivo pelo qual até os tempos hodiernos é cognominada “Terra do Ouro”.
Iniciando o
assunto próprio desta solenidade, destaco a sentença latina proverbial “VERBA
VOLANT; SCRIPTA MANENT” – que é o lema desta ilustre Casa. Por coincidência, é
umas das máximas latinas que eu cito com maior freqüência. Sou grande admirador
da Sabedoria Romana, expressa em frases lapidares, com a síntese sintática
peculiar aos Latinos, particularmente àqueles Escritores que se esmeravam em
cultivar a arte da palavra – Verbi Ars
ou Ars Latina, como Vergílio (sic) Cícero, Fedro e tantos
outros. A palavra deve ser o reflexo
perfeito da mente, em prol da Verdade e do Bem. Em muitos casos, “a palavra também é de
ouro”, contradizendo o conhecido provérbio.
Estou
providenciando uma coleção de textos de minha autoria, em prosa e em versos,
para oferecer à biblioteca desta Entidade Acadêmica.
Não posso omitir
nesta oportunidade ímpar algumas sentenças representativas de minha posição
sobre a Linguagem e alguns outros assuntos da vida cultural, artística e social:
** Não valorizo a chamada “cultura popular”. Aliás, o
vocábulo cultura, na acepção antropológica, deve ser substituído, para
não confundir o verdadeiro sentido de Cultura. A partir da Constituição
de 1.888, fala-se muito em CULTURA – às vezes mais se tratando da “anti-cultura”
ou da “subcultura” que da verdadeira
cultura.
** Enquanto não se empreender a racionalização mínima da Linguagem,
todos os seus grandes problemas continuarão, não apenas na Língua Portuguesa,
mas em qualquer outra Língua.
** A Língua Internacional, ou “segunda Língua de
comunicação”, deve ser o ESPERANTO. A Língua Inglesa é a menos indicada para
esta finalidade. O século 21 deve caracterizar-se pelo Racionalismo e pela eficiência
também no tocante à Comunicação Verbal.
** A Filologia deve ser usada como eficiente instrumento na
racionalização da Linguagem e da Onomástica, através da Etimologia, da
Morfologia e da Semântica.
** Infelizmente a Lingüística, apesar de constituir-se numa
importante Ciência da Comunicação Verbal, tem prejudicado muito a Linguagem,
visto que se preocupa freqüentemente em criticar tudo quanto se trata de lógica,
de disciplina e de regularidade na comunicação, quer oral quer escrita.
** A partir de 2.006, minha produção poética tomou um novo
rumo. Passei a empregar um vocabulário mais elevado, trocadilhos formais e
semânticos com freqüência e outros recursos artísticos. Como trocadilhos, cito o exemplo das poesias
“Rolando e Amando” , “Amado e Amando” e “Pecador sem Pecado”. Quanto à licença
poética, costumo dizer que ela não é justificativa para se praticar erros de Linguagem.
Aliás, os lingüísticos modernos chegam ao disparate de declarar claramente que
não existem erros de Linguagem. Existem princípios gramaticais que nunca
deverão ser transgredidos. Afinal, a poesia é também um meio de comunicação
verbal, e por isto deve conter uma idéia definida e uma forma gramatical
correta.
Com a intenção de
colaborar com o aspecto intelectual, formativo, desta Terra, tenho escrito e
falado sobre assuntos a ela concernentes, como o verdadeiro étimo do topônimo
JACOBINA, sobre alguns aspectos de sua História (Vede “Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros”, verbete “Jacobina”, reproduzido por mim para o Artigo Público
desta cidade, sobre o qual o senhor Adauto me enviou mensagem de agradecimento
pela internete).
Encerrando, cheio
de comoção e agradecimento, declaro enfaticamente:
NÃO
DESISTO DE MEUS SONHOS, OS QUAIS SÃO INSTIGANTES E DESAFIANTES. OS MAIORES
DELES, NA ÁREA DE LINGUAGEM, SÃO A RACIONALIZAÇÃO DA LINGUAGEM E A
SISTEMATIZAÇÃO DA ONOMÁSTICA – INTIMAMENTE ASSOCIADOS. A RACIONALIZAÇÃO DA
LINGUAGEM INCLUI A MUDANÇA COMPLETA DA ORTOGRAFIA – ASSUNTO SOBRE O QUAL A
LÍNGUA PORTUGUESA NUNCA ENCONTROU O RUMO CORRETO. A ÚNICA SOLUÇÃO É A ADOÇÃO DA GRAFIA FONÊMICA, ALIÁS RECOMENDAVÉL
A TODAS AS LÍNGUAS, NÃO APENAS À LÍNGUA PORTUGUESA. O SISTEMA ORTOGRÁFICO ATUAL
É UMA ABERRAÇÃO, CONTRA TODA A LÓGICA,
CONTRA A PRÓPRIA LINGÜÍSTICA E CONTRA OS
MAIS RUDIMENTARES PRINCÍPIOS DA CONVENIÊNCIA.